domingo, 28 de novembro de 2010

Eu, o 2Pac Brasileiro

História Real: 27 de Novembro de 2009

Sentiu saudade? Então voltei... fiz essa pausa em respeito ao garoto que morreu na história anterior... muitas novidades chegaram. Mas vamos a história de hoje.

Essa é uma história comemorativa, em homenagem a minha apresentação final no José Lins do Rego, vulgo "Regão".

Tudo começou 6 meses antes, quando tentava montar uma música para apresentar no trabalho de geografia, na qual falasse de racismo e politica. Fui aplaudido, mas eu tremia como se fosse morrer na frente deles.
Desde então fui compondo outras para alguma eventualidade. Cheguei a compor uma sobre minha história de vida, numa paródia interessante de Coolio & LV - Gangsta Paradise. Mas como ela foi feita 24 horas antes da apresentação final, abri mão dela. Cheguei a fazer uma também sobre as garotas da minha vida, com base no Akon - I'm So Paid, porém essa nem cheguei a cogitar a apresentar. Madrugada de quinta para sexta, estava chegando a hora de se apresentar, fiz o seguinte, gravei o instrumental editado por mim do Coolio e também a Runnin' do 2Pac com Notorius BIG.

Chegou o grande dia, notei diversas ausências, Su, Line, Ju (lesionada, entendo), da sala contei nos dedos os que estavam lá só para assistir e não participariam...

Dany veio me cumprimentou, desejou boa sorte, Srta Beiçola se enturmou com a Dany (momento raro), Vitor, Thiago (vulgo Edson) e Rodrigo (o Fudriguinho da galera) também se juntaram para apoiar. Saiu a lista de apresentações, soube que apresentaria as 10h30, então coloquei meu social, a la Jay-Z em Show Me What You Got, e fui pra luta.

"Agora vocês ficam com um rap do Reinaldo, 3°D"
By Dona Geisa

Devo admitir que estava apavorado, encontrei a Ana Luiza e pedi para que ela gravasse o video pra mim, pois sabia que seria minha ultima apresentação de rap para mais de 200 pessoas. Passei pelo Andrew, mas não deu tempo de pegar o colar dele pra mostrar algum tipo de ostentação. Testa pergunta para mim como você pode ver no video, que música era, e avisou que iria começar a tocar.

Aí mano... aí gelou... começou a tocar, vi aquele povo todo, era hora de segurar a responsa. Me foquei no Professor Maiko e na Renata Paula ex-3°C, e comecei a cantar. O professor estava tão feliz que de tanto dar força acabei me perdendo na letra, percebendo que aquilo só iria fazer eu me arrebentar, esperei chegar nas ultimas frases da estrofe pra retomar e chamar o publico pra coletivizar comigo.

Segunda parte... tranquila... lógico... é a parte que eu chamo os manos de cor pra representarem... a essência da música... alguns entenderam... outros só bajularam depois mas tudo bem.

Último refrão... cara como o som era horrivel, não dava pra fazer o pessoal cantar comigo, então fiz o sinal da cruz com o corpo pedindo para a galera acompanhar balançando os braços, entenderam bem, foi só terminar que noto gente de tudo que é lado vindo me abraçar, percebi que tudo ali valeu a pena.

Alguns após me cumprimentaram pela letra, outros pela coragem em se apresentar sozinho, as tias da escola disseram que minha mãe teria ficado orgulhosa (dúvido, dona Lene odeia esse tipo de música...rs)... e por aí vai.

Então após toda essa narrativa, veja a letra e confira a apresentação de:




"Matando a Vida"
Mano Minhoca

Pois amanhã pode ser sua vez

Vamos queimando a língua ser ver o mal que faz
Alguns té perdem-se e não encontram a saída
Sujam o nome assim e não conseguem limpar
Vamos matando a vida e vendo no que vai dar

Cheque
Jogue toda a sua fúria para que ela um dia não te destrua
Ouço apenas o Big Small dizendo: "Isso mano, vai vai vai"
Já falei que de politica não se discute
Pois vão te enganar várias vezes
Do mensalão até o castelo
O nosso congresso tá cheio de pregos
Chame a policia se puder
E quando os pilantras verem a câmera da Globo vão chorar
Mas eles se safam, várias vezes
Pois a CPI pode pesar na deles
O Brasil é um país com festival de coronéis
Que jogam com cartas marcadas

Refrão

Vê se não perde
Memoriza, é assim que as coisas acontecem
Hoje você quer e amanhã você se esquece
O iniciante sempre tenta botar terror
Mas acaba apanhando no corredor
Meretrizes por aí é o que mais existe
Ela te vende e depois diz que se sente
E em mim as vezes
Volta aquela raiva que me consume
Porque nem tudo a racismo se resume
E até mesmo quando surge
Ser preto sempre foi e será meu motivo de orgulho
Isso é algo que me fortalece
Veja o Capão que só cresce
Não me estresse
Aprendi que na zona sul nasci e vou morrer
E no dia que os "coxinhas" aqui aparecer
Vou me fu
De norte a sul você pode ver
Que apesar de tudo sempre somos alvos vulneráveis

Refrão


Obrigado a todos que estiveram lá presentes, obrigado Dona Geisa pelo comentário após a apresentação... nessas horas concordo com Mano Beiçola, o tempo passa e a gente nota que é real a letra de Thaide e Dj Hum - Senhor Tempo Bom

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